De como o que beneficia um prejudica outro
Dêmade, de Atenas, condenou um homem de sua cidade que comerciava com coisas necessárias aos enterros, acusando-o de tirar disso lucro excessivo, somente auferível da morte de muitas pessoas. Tal julgamento não me parece muito equitativo, pois não há benefício próprio que não resulte de algum prejuízo alheio e, de acordo com aquele ponto de vista, qualquer ganho fora condenável.
O mercador só faz bons negócios porque a mocidade ama o prazer; o lavrador lucra quando o trigo é caro; o arquiteto qundo a casa cai em ruínas; os oficiais de justiça com os processos e disputas dos homens; os advogados no caso "a defesa" tiram honra e proveito da nossa morte e das fraquezas de vítimas inocentes. (Michel de Montaigne adaptação)
Nenhum comentário:
Postar um comentário